segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Hipocrisias

Quantas e quantas vezes soam vozes de indignação. São tantas essas vozes que escolho sempre que possível tornar-me surdo a tais dizeres.
O problema é que numa boa parte dos seres de quem se ouvem lamentos observam-se atitudes que são no mínimo paradoxais tendo em conta os queixumes.
Queixam-se (por exemplo) da classe política, cheia de "chico-espertisse" onde reinam os tráficos de influências.
Queixam-se das entidades patronais que exploram, sugam e depois descartam.
Acham insano o que se paga a alguns "desportistas profissionais", mas vêm futebol na tv e se for preciso até pagam para o ir ver ao vivo.
Queixam-se dos outros e nem reparam que se puderem passam à frente de outras pessoas numa qualquer fila, não reparam que se puderem enganar o próximo numa venda de um carro ou imóvel também o fazem. (Alguma vez quando foram comprar um carro ouviram dizer "é pá olha o motor está cheio de desgaste, mas ainda anda..." :) curiosamente quase todos os carros em segunda mão foram "de uma senhora que até nem andava muito com o carro" ou então pertenciam a "um senhor idoso que praticamente não saía". Não reparam que se puderem "meter uma cunha" também o fazem. Não reparam na agressividade com que conduzem.
Que lógica existe então nesses queixumes? Ou só é condenável se forem os outros a fazer? ou melhor quando "nos toca a nós"...
A verdade é que a presente organização social premeia a "chico-espertisse". Ouvi já tantas vezes frases como: "Não fez ele senão bem", "se eu pudesse também fazia".

Estarão essas pessoas doentes mentalmente?

sábado, 27 de março de 2010

Conheço em mim uma insistente torrente de actos falhados que, quase com sucesso, soterro debaixo do cansaço sempre forçado. Privo-me do sono, perdendo-me em subterfúgios lógicos, aprendizagens teóricas e dormências. Durante anos, não me apercebi que cometia estes crimes contra mim próprio, e mesmo agora tendo consciência intelectual desse facto, contínuo em modo automático, a sonegar do meu eu consciente tudo quanto poderá em mim fazer ferver emoções. A emoção é perigosa...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

"Porquê?"

Há uma sanidade rara, a sanidade que nos incita a despirmo-nos de preconceitos. A perguntar o porquê quanto a maioria está já pronta para sentenciar e executar. Essa pergunta, "porquê?" é a pergunta mais elementar, a que melhor nos define como humanos, a mais pura... (não é à toa que tantas vezes a ouvimos da boca de crianças)
É preciso perguntar porquê para que se possa entender.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Existência

Atingem-me por vezes estas vagas de introspecção, surgidas ao que parece do nada. Mas mesmo esses momentos interiores, escondidos do brilho encandeante e ruído caótico do mundo exterior, não me levam à profundidade que desejo. Queria tocar o próprio vácuo do meu ser. Senti-lo fervilhar entre minhas mãos com um querer inimaginável, o querer saber...
Percebo pelo padrão da minha vida que vou procurar essa verdade tão intrínseca a cada ser. Mesmo descrente, tenho a esperança de compreender um pouco mais esse fenómeno que é a existência

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Meses de Silêncio

Senti o ímpeto de sacudir de dentro de mim algumas linhas. Falhei, as palavras senti-as ocas desconfortáveis...
Foi num repente bizarro, especialmente depois dos meses de silêncio.
A verdade é que nos últimos meses, tentei esconder-me.
Como se ao não escrever não pensasse...
Como se tivesse medo de enfrentar um simples blog...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Sonho

Hoje sonhei... sonhei uma casa singela, de madeira, escondida do mundo por um bosque. Longe mas abrigando tudo o que realmente preciso...

A Espera

Nestes dias de calor, que em vez de cansarem me enchem a alma, aprendi uma ânsia contraditoriamente serena, aprendi a espera, tão digna, bela e importante.
Na espera sorria, vivo e quero...