Quantas e quantas vezes soam vozes de indignação. São tantas essas vozes que escolho sempre que possível tornar-me surdo a tais dizeres.
O problema é que numa boa parte dos seres de quem se ouvem lamentos observam-se atitudes que são no mínimo paradoxais tendo em conta os queixumes.
Queixam-se (por exemplo) da classe política, cheia de "chico-espertisse" onde reinam os tráficos de influências.
Queixam-se das entidades patronais que exploram, sugam e depois descartam.
Acham insano o que se paga a alguns "desportistas profissionais", mas vêm futebol na tv e se for preciso até pagam para o ir ver ao vivo.
Queixam-se dos outros e nem reparam que se puderem passam à frente de outras pessoas numa qualquer fila, não reparam que se puderem enganar o próximo numa venda de um carro ou imóvel também o fazem. (Alguma vez quando foram comprar um carro ouviram dizer "é pá olha o motor está cheio de desgaste, mas ainda anda..." :) curiosamente quase todos os carros em segunda mão foram "de uma senhora que até nem andava muito com o carro" ou então pertenciam a "um senhor idoso que praticamente não saía". Não reparam que se puderem "meter uma cunha" também o fazem. Não reparam na agressividade com que conduzem.
Que lógica existe então nesses queixumes? Ou só é condenável se forem os outros a fazer? ou melhor quando "nos toca a nós"...
A verdade é que a presente organização social premeia a "chico-espertisse". Ouvi já tantas vezes frases como: "Não fez ele senão bem", "se eu pudesse também fazia".
Estarão essas pessoas doentes mentalmente?
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
sábado, 27 de março de 2010
Conheço em mim uma insistente torrente de actos falhados que, quase com sucesso, soterro debaixo do cansaço sempre forçado. Privo-me do sono, perdendo-me em subterfúgios lógicos, aprendizagens teóricas e dormências. Durante anos, não me apercebi que cometia estes crimes contra mim próprio, e mesmo agora tendo consciência intelectual desse facto, contínuo em modo automático, a sonegar do meu eu consciente tudo quanto poderá em mim fazer ferver emoções. A emoção é perigosa...
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
"Porquê?"
Há uma sanidade rara, a sanidade que nos incita a despirmo-nos de preconceitos. A perguntar o porquê quanto a maioria está já pronta para sentenciar e executar. Essa pergunta, "porquê?" é a pergunta mais elementar, a que melhor nos define como humanos, a mais pura... (não é à toa que tantas vezes a ouvimos da boca de crianças)
É preciso perguntar porquê para que se possa entender.
É preciso perguntar porquê para que se possa entender.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Existência
Atingem-me por vezes estas vagas de introspecção, surgidas ao que parece do nada. Mas mesmo esses momentos interiores, escondidos do brilho encandeante e ruído caótico do mundo exterior, não me levam à profundidade que desejo. Queria tocar o próprio vácuo do meu ser. Senti-lo fervilhar entre minhas mãos com um querer inimaginável, o querer saber...
Percebo pelo padrão da minha vida que vou procurar essa verdade tão intrínseca a cada ser. Mesmo descrente, tenho a esperança de compreender um pouco mais esse fenómeno que é a existência
Percebo pelo padrão da minha vida que vou procurar essa verdade tão intrínseca a cada ser. Mesmo descrente, tenho a esperança de compreender um pouco mais esse fenómeno que é a existência
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Meses de Silêncio
Senti o ímpeto de sacudir de dentro de mim algumas linhas. Falhei, as palavras senti-as ocas desconfortáveis...
Foi num repente bizarro, especialmente depois dos meses de silêncio.
A verdade é que nos últimos meses, tentei esconder-me.
Como se ao não escrever não pensasse...
Como se tivesse medo de enfrentar um simples blog...
Foi num repente bizarro, especialmente depois dos meses de silêncio.
A verdade é que nos últimos meses, tentei esconder-me.
Como se ao não escrever não pensasse...
Como se tivesse medo de enfrentar um simples blog...
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Sonho
Hoje sonhei... sonhei uma casa singela, de madeira, escondida do mundo por um bosque. Longe mas abrigando tudo o que realmente preciso...
A Espera
Nestes dias de calor, que em vez de cansarem me enchem a alma, aprendi uma ânsia contraditoriamente serena, aprendi a espera, tão digna, bela e importante.
Na espera sorria, vivo e quero...
Na espera sorria, vivo e quero...
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