segunda-feira, 30 de março de 2009

Sou, sem saber quem sou...

Gostaria de poder dizer que estou à espera de algo, mas não é propriamente verdade. É mais uma sensação de náusea que não sendo propriamente má, me perturba, me tolhe as percepções, os quereres. A ausência que me sufoca sem saber sequer o que está ausente, também me faz viver um mundo intensamente interior, recolhido em si mesmo, aquecido apenas por um fogo interno do qual não escapa nem uma única centelha de luz ou calor. É um fogo que se auto-consome numa convulsão eterna e imaterial.
Gostaria de dizer que (me) encontrarei em algo, ou então em nada, mas não me reconheço propriamente como perdido, sem nunca no entanto sentir que pertenço. Flutuo num estado de ligeira desorientação, achando Nortes temporários em direcção a este ou aquele monte. O Sol esconde-se sempre por de traz da próxima montanha. E continuo a navegar, por mais acompanhado que esteja, numa solidão que é só minha, eternamente minha.
Gostaria de saber esperar, de saber querer, ou até de saber ser. Através dos sons mudos tento explicar mas não me entendem...
Sou, sem saber quem sou...

quarta-feira, 4 de março de 2009

Ilusões

Contemplar o passado é inerente à nossa condição. Os nossos olhos só vêm o passado. Uma pessoa que olhe a sua imagem reflectida num espelho a um metro de distancia, vê-se como era aproximadamente 7 nano segundos (um nano segundo é a milésima milionésima parte do segundo) no passado. Quanto mais longe está o que observamos mais recuamos no passado. Ao luz do Sol demora 8 minutos e meio a chegar até nós. Se este desaparecesse só ficaria-mos na escuridão 8 minutos e meio depois. Quando olhamos o céu estrelado vemos as estrelas como elas eram anos, séculos, milénios ou milhões de anos antes, depende da distancia a que estão de nós. O presente não é mais do que uma construção da nossa mente, uma ilusão.

Os meus "pensatempos"

Chamaram de "pensatempos" à forma apaixonada como vejo o universo. Àquilo que é tão meu, tão eu...
A importância que têm para mim ficou esquecida, como as estrelas longínquas que não se podem ver a olho nú, perdidas no espaço, perdidas no tempo, num passado forçado pelas distâncias...
Quem sou ficou perdido, mal entendido, e com o tempo esquecido.
Mas eu continuo eu, mesmo perdido...