quinta-feira, 19 de junho de 2008

O Universo Conhecido

Vivemos num universo do qual quase nada sabemos. A existência da humanidade resume-se a um fotograma cósmico (a idade estimada do universo pelos cientistas é de 14 biliões de anos). Nesse fotograma capturamos diversas estruturas em diversos estados da sua evolução (ou suposta evolução). Desses (poucos) dados foram inferidos todos os conhecimentos que temos actualmente do universo.
Mas o universo é aos olhos humanos um local muito misterioso...
Na verdade a idade que se estima para o universo não é uma certeza, assim como o diâmetro aproximado do que é chamado de "universo visível" que será na ordem dos 14 biliões de parsecs (medida de distancia astronómica) ou 46 biliões de anos luz o que equivale a aproximadamente 5 000 000 000 000 000 000 000 (vinte e um zeros!!!) kms.
Segundo o que se pensa as estrelas correspondem a 0,4% da matéria existente no universo e 3,6% será o gás intergalático (nuvens de gás que ocupam o espaço entre as galáxias), 23% de "matéria negra" que é matéria que não irradia luz nem é iluminada por outras fontes de luz, e 73% será um elemento ainda mais exótico chamado de "energia negra" também por não ser detectável. Isto são todos valores teóricos que podem estar longe da realidade. Na verdade existem várias teorias para explicar a tal energia e matéria negras mas nenhuma é aceite com consenso.

Afinal que será que sabemos do sitio onde vivemos?

terça-feira, 3 de junho de 2008

Névoas

Era noite.. e as nuvens tinham descido à terra
tinham-se juntado aos mortais naquela praia
misticamente absorviam tudo!
até a luz do régio farol...

absorviam meus pensamentos, meus gritos mudos...
absorviam sons e imagens já gastas, sem vida
a névoa reinava naquela praia, na noite fria...
trouxe consigo o arrepio, e nada mais que esquecimento...
e a névoa penetrava tudo! até os recantos da minha alma
já não via o meu passado, nem o meu futuro...
era eu apenas que ali estava, sem lembranças ou esperanças
sem nada para sentir, querer ou amar, limitei-me a ouvir, a olhar...
observei o som das ondas, o ritmo das vagas,
certas como um relógio cósmico, ressoavam em minha cabeça...

o seu som cavo ecoava em meu coração vazio...
as aguas aproximaram-se de mim, de mansinho, mansinho...
como que para me apanharem desprevenido, me agarrarem!
Fugi! fugi para a segurança da civilização selvática!
lá estava a salvo! embrenhado na solidão da névoa da multidão...