segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Hipocrisias

Quantas e quantas vezes soam vozes de indignação. São tantas essas vozes que escolho sempre que possível tornar-me surdo a tais dizeres.
O problema é que numa boa parte dos seres de quem se ouvem lamentos observam-se atitudes que são no mínimo paradoxais tendo em conta os queixumes.
Queixam-se (por exemplo) da classe política, cheia de "chico-espertisse" onde reinam os tráficos de influências.
Queixam-se das entidades patronais que exploram, sugam e depois descartam.
Acham insano o que se paga a alguns "desportistas profissionais", mas vêm futebol na tv e se for preciso até pagam para o ir ver ao vivo.
Queixam-se dos outros e nem reparam que se puderem passam à frente de outras pessoas numa qualquer fila, não reparam que se puderem enganar o próximo numa venda de um carro ou imóvel também o fazem. (Alguma vez quando foram comprar um carro ouviram dizer "é pá olha o motor está cheio de desgaste, mas ainda anda..." :) curiosamente quase todos os carros em segunda mão foram "de uma senhora que até nem andava muito com o carro" ou então pertenciam a "um senhor idoso que praticamente não saía". Não reparam que se puderem "meter uma cunha" também o fazem. Não reparam na agressividade com que conduzem.
Que lógica existe então nesses queixumes? Ou só é condenável se forem os outros a fazer? ou melhor quando "nos toca a nós"...
A verdade é que a presente organização social premeia a "chico-espertisse". Ouvi já tantas vezes frases como: "Não fez ele senão bem", "se eu pudesse também fazia".

Estarão essas pessoas doentes mentalmente?